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Os pais querem saber e devem acompanhar
Paula Maria ZanotelliÀ medida que cresce, a criança passa a ser mais solicitada no que diz respeito à vida escolar. Na escola, espera-se dela maior autonomia no cuidado de seus materiais e organização para os estudos, o que normalmente se reflete naquilo que costumamos chamar de atitude positiva diante de situações de aprendizagem. Em casa, também acontecem novas solicitações, pois, a partir dos seis anos, costuma levar tarefas escolares com mais frequência do que fazia anteriormente.
Embora esteja conquistando novas aprendizagens, a criança dessa faixa etária ainda precisa da ajuda dos pais na organização das tarefas escolares, principalmente no que diz respeito ao tempo e espaços destinados a essas atividades. Nesse sentido, é essencial que os pais:
Providenciem um lugar para os estudos onde ela possa concentrar-se no que faz, sem interferências de outras pessoas ou estímulos de televisão e demais aparelhos eletrônicos;
Estabeleçam um horário adequado para fazer suas tarefas, considerando que ela precisa de tempo suficiente e calma para isso. Portanto, não deve ser um momento em que esteja cansada ou com fome.
Às vezes a criança demonstra dificuldades ou dúvidas na hora de realizar as tarefas de casa. Qual deve ser a postura dos pais?
Em primeiro lugar, a tarefa de casa é um recurso pedagógico extremamente válido, desde que o professor tenha consciência do que quer atingir com ela. Porém, é importante uma ressalva: mais relevante do que a quantidade é o significado que a tarefa tem para o estudante. Ela é um complemento daquilo que o estudante aprende na escola, é um momento importante para que pense sobre o que aprendeu. Em segundo lugar, é preciso ter em mente que a tarefa deve ser feita pela criança, nunca pelos pais ou por outros adultos. A ajuda que os pais podem oferecer à criança, portanto, deve ser sempre no sentido de propiciar o entendimento para que ela mesma consiga fazer a tarefa.
O que fazer quando o seu filho solicita ajuda para escrever?
Hoje em dia, sabe-se que, antes de escrever da maneira convencional, a criança passa por uma série de níveis em que escreve segundo o que está pensando sobre a escrita. Essa foi uma descoberta importante para os educadores, que puderam reavaliar o que outrora era pensado como “erro”, agora visto como uma hipótese de pensamento da criança em relação à escrita. No entanto, ela mesma, muitas vezes, quer saber se o que escreve, está “certo”, ou seja, se aquela é a maneira convencional de escrever.
O que fazer, então, quando a criança não escreveu da maneira convencional?
Em vez de responder prontamente o que a criança perguntou, sugere-se pequenas dicas que podem ajudar:
Perguntar: o que você quis escrever? Leia o que escreveu;
Buscar, com a criança, onde ela pode procurar aquilo que precisa ou pretendeu escrever, (palavras semelhantes que possam fornecer informações para ela pensar sobre o que precisa escrever pode ser uma alternativa);
Estimular os sons das letras e sílabas, a fim de facilitar a sistematização da escrita.
Diante disto, reforço as palavras do psiquiatra e cientista, Augusto Cury, em seu livro: “Pais brilhantes, professores fascinantes” que diz: “Não compare seu filho com seus colegas. Cada jovem é um ser único no teatro da vida. A comparação só é educativa quando é estimulante e não depreciativa. Dê aos seus filhos liberdade para ter suas próprias experiências, ainda que isso inclua certos riscos, fracassos, atitudes tolas e sofrimentos. Caso contrário, eles não encontrarão os seus caminhos”.
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