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A Construção da Alteridade
ARRUDA, Ângela (Org). Representando a Alteridade. Petrópolis:Vozes,1998.
O livro remete a nossa prática pedagógica. Considera-se importante ressaltar que a nossa ação pedagógica deve estar relacionada com o “mundo social” dos estudantes que estão inseridos na instituição em que atuamos. Precisamos levar em conta o desenvolvimento, já que a criança não é um objeto neutro, mas alguém revestido com as características de uma identidade social.
Quando nasce, a criança torna-se um objeto no mundo representacional dos outros, esse ser novo e desconhecido é recebido numa classificação especial, lhe dão um nome particular e objetivam representações nas formas como interagem com ele. A presença do outro como refletor e instrutor molda o crescimento da criança no mundo social, através dessas mediações com este mundo, ela torna-se um ator independente, buscando sua identidade.
A identidade (luta pela individualidade) acontece no lugar social, no espaço que se torna disponível dentro das estruturas representacionais do mundo social. A identidade é uma força, ou poder que liga uma pessoa ou grupo a uma atitude ou crença, é uma luta pelo reconhecimento, a separação e diferenciação do outro. A íntima relação entre o eu e a identidade, é que ambos são construções da diferença.
A alteridade é construída no decorrer dessa luta, seria, portanto, a capacidade de conviver com o diferente, de se proporcionar um olhar interior a partir das diferenças. Significa que reconheço “o outro” também como sujeito de iguais direitos e capacidades.
Com a constatação das diferenças aparece a coação e cooperação, que são formas diferentes de relação com o outro. Ambas oferecem duas visões contrastantes do desenvolvimento das relações infantis com os outros. Na primeira, a assimetria da relação significa que a diferença entre o eu e o outro é sempre acentuada, ou enfatizada. Na segunda, a simetria das relações sociais dá a base para uma ligação construtiva na qual a diferença torna-se um elemento produtivo no desenvolvimento infantil, e não limite para ele.
Fica um alerta: “(...) os outros e a alteridade são as condições para qualquer desenvolvimento psicológico” (p.105) pois, o processo de aprender é múltiplo e devemos buscar novos saberes, objetivando reconstruí-los em prol dos nossos estudantes e de nossa formação
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