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O inicio do ano letivo: pensar além das apresentações
Alexandra Ferronato Beatrici
O período inicial do ano letivo é o momento de educadores e educandos se conhecerem mutuamente. Em especial, para o educador trata-se de descobrir o que os educandos sabem ou como aprenderam determinados conceitos; de organizar atividades que propiciem conhecer, entre outros, como é a produção escrita, a compreensão do vocabulário especifico da área de estudos (linguagem científica), a oralidade, o raciocínio lógico, a organização de pensamento, a socialização. Independente da série ou matéria com a qual o educador irá trabalhar, estas são as habilidades/competências necessárias na vida dos educandos.
Além do conhecimento das aprendizagens, é preciso conhecer quem são como pessoas. O que pensam, seus sonhos, seus interesses, seu potencial “extra curricular” a fim de tornar os conteúdos programados significativos e fazer com que as aulas atinjam os objetivos. Na Revista Nova Escola de dezembro de 2008, Juan Casassus, filósofo e sociólogo chileno, fala da necessidade do professor estar atento ao ambiente emocional que se cria nas aulas para a aprendizagem.
Sobre os alunos:
"O sujeito da Educação deve deixar de ser encarado como puramente racional. Ele é um indivíduo que se divide em três partes: razão, emoção e corpo. Essa forma diferente de pensar muda completamente a maneira de ensinar, que até agora tem sido condutivista - ou seja, baseada na idéia de estímulo resposta: a crença de que bastava o professor explicar a matéria para que todos aprendessem. Isso fracassou e o que se observa, em geral, é uma desmotivação fenomenal nas crianças. É preciso pôr ênfase em outros aspectos. O principal deles é o que chamo de conectividade - competência que o professor tem para escutar o aluno, aceitá-lo sem preconceito e vê-lo como um ser humano”.Sobre os conteúdos:"A mudança principal não é no "que" ensinar, é no "como". É saber que o interesse dos estudantes está relacionado às suas condições de vida e que se pode explicar qualquer matéria adaptando-a a essa lógica. É preciso estar preparado para situações inesperadas, encontrando soluções inéditas e criativas em vez de recorrer sempre ao mesmo jeito de ensinar.” (Fonte: O clima emocional é essencial para haver aprendizagem – Revista Nova Escola - edição 218 - dez/2008)Conhecer o nosso educando auxilia o educador nos desafios que promove em aula, fazendo com que o educando seja protagonista de suas experiências de aprendizagem e não mero repetidor de tarefas.
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