-
O rosto dos excluídos da educação
Alexandra Ferronato Beatrici
Tentando identificar pessoas excluídas da educação, percebemos vários tipos caracterizados por rostos específicos:
a) em primeiro lugar, destacam-se os "analfabetos" em sentido técnico, aqueles que não sabem ler e escrever numa idade que já supera o período escolar;
b) crianças e adolescentes em idade escolar, fora da escola;
c) multidões que não concluem o ensino fundamental;
d) maioria de jovens - pobres, é claro, sem acesso ao ensino superior gratuito;
e) migrantes e trabalhadores sazonais que não têm condições de se integrar nas estruturas educacionais.
Também encontramos outras formas de analfabetismo humano, propiciadas pela nossa cultura:
a) as pessoas que, mesmo sendo cultas, não sabem tomar conta da sua própria vida;
b) as que tem dificuldades para o relacionameto fraterno, que se fecham no seu mundo e se excluem da solidariedade;
c) trabalhadores que não conhecem ou não sabem distinguir seus direitos;
d) os que não conseguem acompanhar as mudanças da sociedade;
e) os analfabetos televisivos, que só veem e não discutem os aspectos verdadeiros daquilo que assistem;
f) os analfabetos políticos, que não se interessam por problemas que influenciam enormemente suas vidas;
g) e ainda aqueles que perdem sua cultura original...
Precisamos como educadores assumir uma postura crítica, participante, envolvida com os acontecimentos sociais e educacionais. Estudar a sociedade e a sua realidade. Esse ato exige postura crítica, sistemática, sendo necessário disciplina intelectual, pois estudar é pensar a prática. Como sempre destacou Paulo Freire: "pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo. Não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las".
0 comentários: