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PEDAGOGO: ESPECTADOR OU PROTAGONISTA NA EMPRESA?
Paula Maria Zanotelli*
Falar sobre o pedagogo ou a pedagogia não parece ser uma tarefa muito simples. Pensar na pedagogia empresarial, tecendo reflexões sobre o mundo do trabalho e do conhecimento, torna-se, sem dúvida, um exercício de maior complexidade e responsabilidade.
É importante lembrar que a profissão de pedagogo traz, em suas marcas, o movimento histórico da sociedade, que concebe, conforme seus interesses, determinado tipo de educação e de profissional.
Como se pode notar, originalmente, a pedagogia está ligada ao ato de condução ao saber. E, de fato, a pedagogia tem, até hoje, a preocupação com os fundamentos teórico-práticos para conduzir o indivíduo ao conhecimento. Conhecer esse profissional e a sua história, é imprescindível para compreender o espaço do pedagogo na empresa.
Embora haja divergências nas teorias de alguns autores sobre a docência como a identidade do pedagogo, ninguém nega mais o fato de que o pedagogo está atuando em outras instâncias da sociedade que não só escola. O pedagogo que atua em ambiente escolar é conhecido, sabe-se o que ele faz, o que esperar dele, e quais são os principais problemas que enfrenta. E quanto ao pedagogo que trabalha na empresa e/ou organização social? O que ele faz, qual o seu papel, quais os limites e possibilidades de sua prática no sucesso da instituição e no favorecimento da classe trabalhadora?
A pedagogia tem um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida do homem. Ela tem a responsabilidade de libertar o homem através do saber, do conhecimento, do questionamento e da busca da racionalidade comunicativa. Essa é uma visão mais ampla do trabalho e da responsabilidade do pedagogo.
Ser espectador ou protagonista dessa nova possibilidade de atuação profissional vai depender da discussão sobre os limites e as possibilidades de uma prática que não seja voltada somente para o atendimento das necessidades do patrão e/ou administrador, mas que visa contemplar também às do trabalhador, combatendo tanto a “esquerda sectária” como a “direita oportunista”. É o mínimo que o homem pode fazer pelo homem. E, para o pedagogo empresarial, que precisa lidar constantemente com as exigências do mercado e o direito de cidadania dos trabalhadores, isso é como “caminhar no fio da navalha.”
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