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Bullying: problema social e individual
Alexandra Ferronato Beatrici
Bullying são todas as formas de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam o outro. Atitudes como comentários maldosos, apelidos ou gracinhas que caracterizam alguém, e outras formas que causam dor e angústia, executados dentro de uma relação desigual de poder que tornam possível a intimidação da vítima.
Esse fenômeno começou ser pesquisado a cerca de dez anos atrás na Europa, quando se descobriu o que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Hoje sabe-se que o Bullying é um problema mundial, que acontece principalmente em ambientes escolares, onde esses transformam-se em locais de violência física, psicológica, agressiva, negativa, e que são executadas repetidamente. Diariamente milhares de crianças e adolescentes o experimentam, sendo marcados na sua auto-imagem e na aprendizagem (pois uma criança e/ou adolescente com medo não consegue aprender). O ato de humilhação vai além dos socos e tapas, se vale da zombaria e do ridículo. O Bullying é diferente das brigas que frequentemente acontecem entre iguais, provocadas por motivos eventuais. Ao contrário, é contínuo, metódico, persistente, não precisa de razões para acontecer. A vítima ao se preparar para ir à escola, sabe o que a aguarda e sofre em silêncio com isso.
Se o maior número de casos de Bullying encontra-se nas escolas, toda a equipe educacional deve se unir, combatendo qualquer comportamento de violência relacionado a/na escola, destacando que todos têm sua importância e que juntos podem fazer um excelente ambiente para se conviver. Temos o dever de combater e cuidar daqueles que sofrem com essa prática, não nos omitindo e nem tão pouco ignorando seus sentimentos e sofrimentos; como também conscientizando que essa atitude é totalmente prejudicial e que os danos podem ser irreversíveis. As medidas adotadas pela escola para o controle do Bullying, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuem positivamente para a formação de uma cultura de não violência na sociedade.
Precisamos olhar para as crianças/adolescentes e perceber vitalidade, sonhos, desejos, conquistas, objetivos e tantas outras características que acompanham essa etapa da vida tão importante e única. Somos detentores da capacidade de mudar o que se apresenta e precisamos usar de nossa humanidade e racionalidade para isso. Aprender sobre esse fenômeno nos faz acreditar na importância de espaços educacionais de discussão, debates e troca de informações, pois desenvolver uma cultura da paz é tão ou mais importante do que tudo que possa ser ensinado.
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