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Quinze dias socialistas - um olhar de encantamento sobre Cuba
Alexandra Ferronato Beatrici
Através do ICAP (Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos) e da Assossiação Cultural José Marti?RS, Cuba acolhe a cada ano a Brigada Sul-Americana de Trabalho Voluntário e Solidariedade, integrada por delegações da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai com objetivos de permitir uma maior compreensão da realidade cubana e a realização de jornadas de trabalho voluntário como aporte ao desenvolvimento agrícola e à esfera produtiva do país. A XVII Brigada Sul-Americana ocorreu em janeiro/fevereiro deste ano nas províncias de Havana, Villa Clara, Sancti Spíritus e Cienfuegos. Foram 13 noites de estadia: nove no Acampamento Internacional “Julio Antonio Mella” (CIJAM) do ICAP, localizado no município de Caimito a 45Km da Cidade de Havana, e 4 noites no hotel “Pasacaballos” em Cienfuegos.A experiência de intercâmbio com o povo cubano, através de uma Brigada de Trabalho Voluntário reforçou em mim a esperança na possibilidade de uma sociedade onde todos possam ter acesso à educação e a saúde gratuita e de qualidade. Foram 15 dias de convivência, de participação em palestras conduzidas por vários representantes de setores da organização política e social de Cuba (Federação de Mulheres Cubanas, Federação de Estudantes Universitários, Comitês de Defesa da Revolução, Federação de Trabalhadores, Comitês de Defesa dos Direitos Humanos). Também foram visitadas a ELAM (Escola Latinoamericana de Medicina) e a Escola de Artes, onde brasileiros estudam com colegas de vários países de língua latina e, juntos, têm a oportunidade, não só de receber uma formação profissional de qualidade indiscutível, como de ser preparados para exercer a função de agentes multiplicadores desses conhecimentos. Sempre orientados para a implantação e o desenvolvimento de projetos de amplo alcance social e de sustentabilidade ambiental e econômica.Descrever uma a uma, todas as atividades culturais não retrataria o impacto que foi viver essa experiência absolutamente revolucionária de pertencer a delegação do Brasil em uma Brigada de Trabalho Voluntário “en la isla”. O significado das Brigadas fica claro quando compreendemos e incorporamos o sentido de ser brigadista, muito bem descrito por Aline Castro, que diz: “ser um brigadista é se fazer presente em solidariedade, em fraternidade, em comunhão com as dificuldades. É fazer amigos entre os companheiros das delegações dos outros tantos países e compartilhar essa vivência; é estar presente e se fazer presente para tudo que se faça necessário; é querer fazer muito mais do que se é solicitado; é viver essa experiência humana e social através da doação pura e simples da própria força de trabalho. Um trabalho que não é orientado para o benefício individual, como produto final e valor maior - muitas vezes, único. Não é um trabalho feito para acumular dinheiro e poder de compra daquilo que deveria ser do acesso e de direito de todos”. O trabalho, na Cuba Socialista, é antes, uma ferramenta na construção de melhores condições de vida para a maior quantidade possível de pessoas. Não é um trabalho para produzir privilégios a poucos, a partir de um desenvolvimento tecnológico do qual só os donos de dinheiro podem se beneficiar. Mas um trabalho que produz mais justiça social, visando sempre a inclusão de um contingente maior de pessoas às condições mínimas de segurança, saúde, educação, lazer, felicidade.Assim, esta pequenina ilha, com seu povo cheio de dignidade e coragem, mostra ao mundo que é possível construir uma sociedade baseada no ser humano e não na mercadoria e na acumulação de capital. A brigada e a viagem me fizeram acreditar que um mundo melhor é possível.Alguns dos muitos momentos inesquecíveis vividos..."Cuba que linda es Cuba"
(Visitas em escolas, praça da revolução, CDR/atividades/palestras)
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