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O Educador José Pacheco e a Escola da Ponte: prática por uma educação libertária
Alexandra Ferronato Beatrici
Professores lotaram o ginásio do Colégio São José, na última quinta-feira (18). A atividade da Secretaria Municipal de Educação (Smed) marcou a abertura do ano letivo e trouxe o educador José Pacheco. Pacheco é um dos fundadores da Escola da Ponte, em Portugal, e tornou-se referência mundial em pedagogia, amplamente divulgada por Rubens Alves no Brasil.A Escola da Ponte é uma escola sem diretor, sem salas de aula, sem divisão por séries ou turmas, onde uma equipe coesa e solidária e uma intencionalidade educativa claramente reconhecida e assumida por todos (alunos, pais, profissionais de educação e demais agentes educativos) são os principais ingredientes de um projeto capaz de sustentar uma ação educativa coerente e eficaz.Desde 1976 o Projeto Fazer a Ponte vem sendo desenvolvido numa lógica de progressiva autonomia dando origem a um modelo de organização de escola que, em muitos aspectos, diverge do modelo prevalecente de escola pública estatal.É importante realçar que na Escola da Ponte:- Os pais/encarregados de educação estão fortemente implicados na direção da Escola e nos processos de aprendizagem dos alunos;- Os docentes/orientadores educativos permanecem na Escola ao longo de um período temporal mais completo;- Todos os alunos cumprem o mesmo horário entre as 8:30 e as 16:00 horas e estão sempre utilmente ocupados na Escola, enquanto decorrem as atividades curriculares propriamente ditas, não havendo “horas mortas”, nem “furos”, designadamente, por ausência de professores;- A Escola disponibiliza atividades de enriquecimento do currículo, proporcionando às famílias mais carentes um acompanhamento pedagógico efetivo dos educandos até às 18:00 horas;- Os tutores acompanham, orientam e avaliam diariamente a atividade, o trabalho realizado e o percurso de aprendizagem dos seus tutorados;- Os alunos estão fortemente implicados na gestão da própria Escola, através de um conjunto de responsabilidades que partilham com os orientadores educativos.Encerro com um trecho que muito me tocou por falar da solidão produzida pelas escolas: "Todas as escolas deveriam ser espaços produtores de culturas singulares, mas também espaços de múltiplas interações, comunicação, cooperação, partilha... Sabemos que não é bem assim. As escolas são, quase sempre, espaços de solidão. O trabalho dos professores é um trabalho feito de solidão e a solidão dos professores é da mesma natureza da solidão dos alunos – professores e alunos estão sozinhos nas escolas."Com certeza foi um belo encontro e todos saíram deste com novas ideias, novos conceitos, reflexões e inquietações sobre a educação brasileira. Que possamos construir em nossas escolas novas pontes para o futuro da educação.Cheila, José Pacheco, Alexandra e Paula
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