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Prática de Leitura e Escrita - Ensino fundamental
Questionamentos que surgem no decorrer das atividades realizadas em sala com estudantes do ensino fundamental...
O que ensinar?
Que conhecimentos precisam construir?
Que capacidades precisam desenvolver?
Que atividades realizar na escola para que as crianças alcancem as capacidades desejadas?
Cinco eixos fundamentais a serem considerados na fase inicial de alfabetização:
1. Compreensão e valorização da cultura escrita:
Crianças chegam à escola de diferentes espaços sociais
Consideração da história de cada criança
Intenções: conhecer, utilizar e valorizar os modos de manifestação e circulação da escrita na sociedade; conhecer os usos e funções da escrita; desenvolver as capacidades necessárias para o uso da escrita e saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar; desenvolver capacidades específicas para escrever
Sugestões de atividades: visitas a diferentes espaços de circulação do texto escrito. Ex: bancas de jornal, bibliotecas, livrarias; audição de textos de gêneros variados como histórias, notícias, cartas, propaganda em diferentes suportes (livros, revistas, jornais, papel de carta); entrevistas com jornaleiros, bibliotecários, escritores; atividades de manuseio e exploração de suportes e materiais de escrita que possibilitem à criança aprender a lidar com o livro didático, de histórias, as revistas, os jornais e suplementos infantis; aprender a usar o caderno, o lápis, a borracha, a régua, o computador, etc.
2. Apropriação do sistema de escrita (trata-se da aquisição das regras que orientam a leitura e a escrita no sistema alfabético, bem como o domínio da ortografia da Língua Portuguesa):
“A apropriação do sistema da escrita é um processo gradual e cada criança terá seu próprio ritmo.”
Intenções: compreender as diferenças entre a escrita alfabética e outras formas gráficas; dominar convenções gráficas (Ex: a escrita se organiza da esquerda para a direita e a função dos espaços em branco e dos sinais de pontuação; reconheça unidades fonológicas (rimas, sílabas, terminações de palavras, identificação das letras do alfabeto, utilização de diferentes tipos de letras tanto na leitura quanto na escrita, domínio das relações fonema/grafema: regularidades e irregularidades ortográficas)
Sugestões de atividades: exploração de sílabas, rimas, terminações semelhantes de palavras em jogos, desafios e parlendas, palavras cruzadas, charadas, caça-palavras, comparação entre desenhos, números, sinais matemáticos; atividades de exploração da segmentação dos espaços em branco e da pontuação de final de frases; exercícios de identificação de letras e de reconhecimento da ordem alfabética como bingo, forca, jogos no computador, consulta à lista telefônica e ao dicionário; correção orientada de textos, etc.
3. Leitura: Considerada uma atividade individual (depende do processamento que cada sujeito realiza para compreender, isto é, depende da realização de operações mentais (percepção, análise, síntese, inferências,etc) e social (quando alguém lê, o faz em contextos específicos de interação e isso envolve diferentes comportamentos, atitudes e objetivos na situação comunicativa.
Intenções/sugestões: as atividades devem ser previstas para desenvolver atitudes e valores nos estudantes em relação à leitura; vivenciar atividades que os levem a levantar hipóteses sobre o conteúdo dos textos, observando imagens e outras pistas gráficas; recontar textos; observar a finalidade do texto, etc.
4. Produção de textos:
“É possível afirmar que mesmo a criança que chega à escola pela primeira vez pode produzir textos escritos desde os primeiros dias de aula. Depende do tipo de atividade que for proposta e de os exercícios de escrita estarem vinculados a situações de uso em que façam sentido, isto é, tenham um para que e por que escrever.” (Delaine Cafieiro) Sugestões de atividades: produções coletivas de textos (professor faz o papel de escriba); produções individuais; aprender a revisar e reelaborar seus textos para atenderem aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação previstos.
5. Desenvolvimento da oralidade (Só muito recentemente a linguagem oral passou a ser considerada como objeto de atenção do ensino).
Intenções: aproximar a criança dos usos da linguagem que são socialmente privilegiados, das práticas de linguagem que são valorizadas, da variante linguística considerada padrão.
“A ideia é de processo. É como o desenho de uma espiral: a cada nova experiência com os textos em situações de escuta, fala, leitura e escrita, as capacidades linguísticas vão sendo ampliadas gradativamente.”(Delaine Cafieiro)
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